segunda-feira, 19 de março de 2012

MÊS/JUNHO PROJETO OFICINAS CULTURAIS NOS BAIRROS FUNJOPE 2011



MÊS/JUNHO PROJETO OFICINAS CULTURAIS NOS BAIRROS FUNJOPE 2011
PROJETO OFICINA DE PINTURA:
MINHA COMUNIDADE, MINHA MEMÓRIA.
(bairro Ilha do Bispo)

JOSE PAGANO
Autor, Professor de artes e artista plástico

Local: Associação Recreativa Cultural e Artística - ARCA - PB
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RELATÓRIO DAS ATIVIDADES
MÊS de JUNHO/2011

A foto do mês. Inicia-se uma nova fase da oficina

4. Os círculos de reuniões para debater o andamento das oficinas/funjope/2011

5. Observações das ocorrências do mês de junho

DIA: 01 de Junho/2011- Turno: tarde--Horário: 13h30min às 17h
Os processos de desenvolvimento dos conteúdos seguiram:
Primeira parte: Introdução: o que é perspectiva, a perspectiva e a história da arte; a perspectiva no período do Renascimento; a busca da tridimensionalidade no plano bidimensional; Leonardo da Vinci e a perspectiva; a perspectiva e o desenho: os planos da perspectiva. O ponto, a linha. Segunda parte: Fazendo desenho usando a técnica da perspectiva.
Terceira Parte: Apresentação de slides de algumas pinturas e seus estilos estéticos. Enfoco o valor social e político e da pintura.

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O arte educador Jose Pagano discorre o conteúdo: a perspectiva. Ele explica e desenha os planos, que compõe esta técnica de desenhar, que através dos planos gráficos provoca uma ilusão de ótica de profundidade. A perspectiva foi uma das características da pintura e do desenho do Renascimento (1350 – 1550).

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Alunos concentrados desenham guindo-se pelas regras da perspectiva, tão presente na atualidade tecnológica da informática.

A ciência da informática possui entre outras primazias, construir a imagem computadorizada no desenho, no cinema, na televisão e em fotografias que representem mais fielmente as coisas que cercam o homem. Sendo assim, a informática busca criar através da imagem uma sensação de realidade dos objetos, uma representação da realidade do mundo visual da natureza, “um mundo virtual”. Neste sentido, a técnica da perspectiva é fundamental na construção da sensação de representação da realidade visual.
Desta maneira, o estudo da perspectivas acrescenta ao educando um conhecimento mais amplo, além da temática abordada.

Pois, o tema abre discussão do desenho em outras técnicas, como o uso dos computadores na produção de desenhos, além da técnica de um simples lápis.
O ato de desenhar é também uma ação de alfabetização visual, de desenvolvimento da percepção visual, dos aspectos da motricidade, de ampliação intelectual, de conhecer e pensar o mundo que o cerca, diante da realidade.

O professor Jose Pagano dá exemplo de desenho em perspectiva. O estudo da perspectiva oferece segurança ao aluno no ato de desenhar.

O lápis, seja ele em pastel, grafite, ou de cor registra o mundo do desenhista, do artista visual e da história da arte. Aqui os educandos são alfabetizados visualmente, através do desenho ou da pintura terão melhor capacidade de percepção visual.

Dona Ivanilda, de 63 anos de idade, desenhando. Ela Comenta: _ “Jamais pensei em desenhar, é muito difícil. E com essa idade”...
Em seu livro Formas de Pensar o desenho, a escritora Edith Derdyk, disserta sobre o uso do lápis e o ato de desenhar como uma manifestação dinâmica e criadora.
O dinamismo, a flexibilidade e a transitoriedade do movimento se manifestam na pontinha do lápis, transformando a criança num ente criador, que se projeta na sua obra. No ato de desenhar, a criança é o papel. O lápis, a linha, objeto, a pontinha contactua e mergulha neste universo anímico e mutante. (p. 64).

Nos primeiros passos do ato de desenhar, a timidez dos alunos se apresentava através de risos, escondendo o rosto ou em silêncio. Após fazer o desenho, o comentário sobre o mesmo é compartilhado a todos. A importância da crítica e da autocrítica é fundamental no processo de desenvolvimento artístico do educando e da sua relação comportamental com outros colegas, diante da sua obra.

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Lú mostra timidamente o seu desenho

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Anaclécia em meio a risos apresenta seu desenho.

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Elisama esconde o rosto ao comentar sobre o seu desenho.

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Os educandos pede explicação ao professor no processo artístico. Enquanto outra posa para uma foto com o seu trabalho.

O ato de desenhar e opinar sobre o trabalho feito, é um momento do educando se expor e conhecer a sua consciência artística e dizer que “Eu Existo” aos outros colegas. (Jose Pagano).


DIA: 8 de Junho/2011- Turno: tarde--Horário: 13h30min às 17h
PRIMEIRA PARTE: Alguns aspectos sobre estilo artístico. O que é movimento artístico Quais são os movimentos artísticos. As qualidades distintas dos estilos artísticos. Porque os estilos artísticos existem. O surrealismo. O figurativismo. O expressionismo. A natureza morta.
SEGUNDA PARTE: Fotografar (in loco) as paisagens ao redor da ARCA. Observação das cores da localidade ao redor da ARCA.

A primeira parte da aula foi sobre os movimentos artísticos. Desenvolveu-se de forma teórica valorizando a curiosidade e o interesse sobre o determinado estilo artístico do aluno.

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dez minutos Momento do Lanche
Alguns educandos se concentravam e outros se distraiam.


“Vamos transformar a comida em arte” !... (Jose Pagano)

A segunda parte: Aula foi ao ar livre. Fotografar as paisagens ao nosso redor. O objetivo: captar as cores, as formas, a luz, e o significado particular de cada aluno sobre o ambiente.

O sentido da arte é viver. (Jose Pagano)


“Muitos homens já morreram nessa fábrica”. (Dona Ivanilda).

A nossa intenção é pintar nossa comunidade da Ilha do Bispo, valorizá-la e mostra - lá para a sociedade que ela existe.
Inicia-se uma nova fase. A oficina de pintura: Minha Comunidade, Minha Memória sai do espaço fechado da sala de aula e se adentra na comunidade. De corpo e alma aos poucos a oficina se constrói.

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A foto mostra que de repente fomos ameaçados em gritos pela guarda da fábrica de cimento. Nas foto o carro da vigilância “combate” nos rodeia.
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Pois, de acordo com o guarda não poderíamos tirar fotos e nem apreciar o referido local. Então, dialoguei com o guarda dizendo eu era o professor e que se referia de um projeto educacional de estimável valor promovido pela FUNJOPE. Mas, eles se sentiram ameaçados pela nossa presença. E, fomos expulsos urgentemente. Daí, fomos embora como forma de evitar qualquer problema.

UM EXEMPLO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS.
Esta foto representa as novas gerações, o compromisso com o saber, a liberdade e a cidadania. Aprender e transformar o conhecimento faz parte da condição humana. A foto também nos mostra a função qualificadora, da Educação de Jovens e adultos - EJA. Que afirma ser o conhecimento é permanente.

"Nós só aprendemos quando aquilo que aprendemos tem significado para nós. O ser humano aprende ao longo de toda vida, somos seres inacabados e por isso aprendemos sempre. Nessa perspectiva não há tempo próprio para aprender". (Paulo Freire)

DIA: 15 de Junho/2011- Turno: tarde--Horário: 13h30min às 17h
Introdução ao Estudo das Cores: O que é cor; a cor Luz; cor pigmento; as cores primárias; cores secundárias; as cores complementárias; características das cores; a linguagem das cores e seus aspectos psicológicos na cultura.

Professor de artes Jose Pagano discorre sobre o estudo das cores. Na foto presença de Gero o presidente da Associação Recreativa Cultural e Artística - ARCA - PB.

Inicia-se com o tema o que é cor. Explica sobre o fundamento que estrutura a cor. A cor e os aspectos físicos, químicos, psicológicos, culturais e sociais relacionadas à comunidade.

O estudo da cor é importante para que o educando se fundamente no processo do fazer da pintura. A preparação da cor é um processo científico que determina o resultado da pintura. A pintura é determinada pela qualidade técnica da tinta. Portanto, a importância da escolha do tipo de tinta para cada pintura é fundamental para um resultado satisfatório da obra pictórica idealizada. O estudo da cor será desenvolvido durante todo o processo de fazer a pintura.

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Professor de artes Jose Pagano responde as indagações sobre a temática da Cor.
O arte educador e artista plástico Jose Pagano procura interagir com os educandos. Na foto à esquerda a visita marcante em nossa oficina, Gero o presidente da ARCA envolvido no processo da aula.

A interação e a dinâmica entre o educador, o educando e o desenvolvimento da temática é de grande relevância no processo do ensino-aprendizagem. Os alunos adquirem o conhecimento de forma ativa favorecendo a autoconfiança necessária para o enriquecimento intelectual. Este é projeto fundamentado na Educação de Jovens e Adultos (EJA) se constitui da valorização do sujeito inacabado e na transformação permanente do conhecimento, apontando para a cidadania.

4. OS CÍRCULOS DE REUNIÕES PARA DEBATER O ANDAMENTO DAS OFICINAS/FUNJOPE/2011

A primeira reunião do projeto Oficinas Culturais nos Bairros foi realizada na FUNJOPE – Fundação Cultural de João Pessoa PB, às 15h do dia 15 de junho de 2011. Teve como objetivo discutir a solução dos problemas, a melhoria das atividades e a troca de experiências entre as oficinas. Esta reunião se refere às áreas de Artes Visuais e Áudio Visual. A reunião foi mediada pela coordenação do tal projeto, representada por Déa Limeira, Adriana Pio e Pedro Osmar.


A reunião foi mediada pela coordenação do tal projeto, representada por Déa Limeira, Adriana Pio e Pedro Osmar. Foi marcada a presença do artista plástico Jose Pagano que ministra a oficina de pintura: Minha Comunidade, Minha Memória, no bairro da Ilha do Bispo, na ARCA - PB.

A reunião pôs esclarecimento dos mecanismos que estruturam o processo didático-pedagógico do projeto: oficinas culturais nos bairros. Foram assinalados novos caminhos e soluções às problemáticas das oficinas apresentadas pelos oficineiros.
O problema significativo apontados, nesta reunião se relaciona às oficinas de um modo geral. O tal problema, refere-se à carência de divulgação das mesmas em suas comunidades que atuantes. Observou-se então, que a pouca divulgação e a greve dos professores da rede estadual de ensino foram consideradas como motivo que levaram o início das atividades das oficinas terem um baixo público de inscritos de alunos. Foram feitas propostas por parte da coordenação, como também pelos oficineiros. Ficou estabelecido que fosse necessária mais divulgação das oficinas, através de “boca em boca” das rádios e outros veículos de comunicação com o objetivo de conquistar mais alunos para as oficinas.
Outra questão apresentada foi sobre a manutenção do aluno, durante todo o curso do semestre letivo. Foram feitas reflexões sobre como manter a freqüência do aluno, e quais os estímulos que favorecem o seu interesse, pelas atividades desenvolvidas tornando-o mais presente na sala de aula.
Sabe-se que é muito difícil manter um grupo de alunos durante um longo tempo de percurso das oficinas. E, principalmente quando estes não recebem uma “Ajuda de Custo”. Mesmo, diante da tal fato, e da realidade da vida pessoal e social de cada aluno. Diante do exposto, sabemos que é importante mantê-los sempre interessados nas atividades, que é fundamental na construção das oficinas para atingir os seus objetivos.

5. OBSERVAÇÕES DAS OCORRÊNCIAS DO MÊS DE JUNHO

Foram observados neste mês de junho de 2011. As festas juninas, festas folclóricas de significação tradicional intensa, que movimenta a economia da nossa cidade. Desta forma, não ficaria de fora a comunidade da Ilha do Bispo, já que a sua história também se revela através desta manifestação cultural.
Tendo em vista os alunos habitarem esta comunidade. Eles fazem parte ativa do processo cultural dos festejos juninos. A maioria deles dança quadrilha e ou trabalha na culinária fazendo doces, canjica, pamonha, cocada, cuzcuz de coco e cozido de milho. E, além de confeccionar roupas para quadrilhas. Os referidos dias 22 de junho véspera de São João e o dia 29 de junho também véspera de São Pedro, não houve aula devido estas atividades juninas.
Incluindo as festas juninas no processo pedagógico. Foi recomendado aos alunos que fizessem observações visuais, como as cores, formas, a composição dos elementos juninos relacionado ao seu espaço. Como forma de permanecer atenta a atividade da oficina de pintura. No qual irá contribuir de forma positiva na criação das pinturas no processo das atividades.

Um comentário:

  1. Muito bom o seu post! Aproveito para indicar o local para compra do livro "Formas de Pensar o Desenho", citado neste blog.

    http://www.editorazouk.com.br/formas-de-pensar-o-desenho-desenvolvimento-do-grafismo-infantil-de-edith-derdyk.html

    Parabéns pelo Blog!
    Um abraço!

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