segunda-feira, 19 de março de 2012

MÊS JULHO/PROJETO OFICINAS CULTURAIS NOS BAIRROS FUNJOPE 2011






MÊS JULHO/PROJETO OFICINAS CULTURAIS NOS BAIRROS FUNJOPE 2011
PROJETO OFICINA DE PINTURA:
MINHA COMUNIDADE, MINHA MEMÓRIA.
(BAIRRO ILHA DO BISPO)

JOSE PAGANO
Autor,Professor de Arte e artista plástico

Local: Associação Recreativa Cultural e Artística - ARCA - PB
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RELATÓRIO DAS ATIVIDADES
MÊS de JULHO/2011

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FOTOS DO MÊS JULHO
Adentramos nos espaços geográficos do bairro da Ilha da Bispo. Partimos da associação e caminhamos toda a rua da linha e chegamos na comunidade do Aratú, na beira da maré do Rio Sanhauá. Sem esforços percebemos o descaso das políticas sociais, da injustiça social e da humilhação da pobreza, que assola há tempos, os moradores daquela comunidade. Lembrei-me que alí vivenciei a minha infância e desfrutei com pescadores da maré, do carangueijo, do peixe, das frutas e de uma bela paisagem do pôr do sol.

1.DIA: 6 de Julho/2011- Turno: tarde--Horário: 13h30min às 17h
Os processos de desenvolvimento dos conteúdos seguiram:
Primeira parte: Alguns aspectos teóricos: A não funcionalidade da arte versus funcionalidade; O significado na arte; O simbólico; A arte contemporânea.
Segunda parte: fotografar a comunidade da Ilha do Bispo. Captar as luzes da comunidade suas cores, formas e linhas. Observar os personagens da comunidade; Caminhada a partir da associação até a comunidade do Aratú, localizada na beira da maré. A partir do que foi observado, fazer uma reflexão para a construção do desenho e da pintura.

O arte-educador e artista plástico Jose Pagano discorrem sobre a arte e a sua funcionalidade.

Jose Pagano explica alguns aspectos a cerca da arte e a sua funcionalidade. A função de uma pintura que exprimi um tema religioso do período Gótico.

O estímulo a curiosidade é fundamental no processo da aprendizagem do aluno.

Mostrar as fotos de uma obra de arte instiga o aluno, desenvolve sua curiosidade e o entendimento sobre a questão que a envolve.

Comentários e Fotos sobre a segunda parte da aula

A caminhada. Saímos depois das 15h30min. O sol nesse horário começava a cair, tornando-se menos quente. Caminhamos toda a rua da linha até a comunidade do Aratú na beira da Maré. Sentíamos poucos inseguros face à realidade. Durante a caminhada observamos o que estava em nossa volta. Os elementos formais e as paisagens da Ilha são muito bonitos. Portanto, entendemos como expressivos para a construção da pintura e dos desenhos a serem desenvolvidos.

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Saída da associação. A caminhada inicia.

Percebemos também que é importante a caminhada, porque marca o comparecimento do “Projeto Minha Comunidade, Minha Memória”, nos meios da referente comunidade da Ilha do bispo, onde tal projeto é desenvolvido. Além de assinalar a presença da Fundação Cultural de João Pessoa - FUNJOPE e da Associação Recreativa Cultural e Artística - ARCA, nas localidades dessa comunidade. Confirmando a inclusão cultura e artística a este bairro.

Algumas paisagens da Ilha do Bispo
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Imagens fotografadas pelos alunos. Elementos de inspiração da construção da obra de arte a ser desenvolvida.

Envolver-se no processo criativo significa está ativamente presente no que se deseja criar. Aqui a obra de arte surge deste envolvimento, de forma consciente. É preciso que cada aluno estabeleça o seu jogo criativo, diante da sua realidade perceptiva. A caminhada favoreceu este jogo, fortalecendo a criatividade. (JOSE PAGANO).

Durante a caminhada foram feitos diálogos com alguns moradores demonstrando a importância do tal projeto, para a aquela comunidade. Paramos na padaria. Conversamos e fotografamos os elementos que comporão a pintura e o desenho.

A construção de uma memória, a partir da composição pictórica dos elementos formais da paisagem da Ilha do Bispo.

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Chegamos à comunidade do Aratú da beira da maré.

Dialogamos com alguns patriarcas e matriarcas da comunidade do Aratú. Pois, quando lá chegamos refletimos face à realidade social. Os olhos de alguns moradores desta comunidade eram de curiosidade sobre nós.
Resolvi então de imediato dialogar com estes moradores e explicá-los sobre a nossa presença, e também da importância do Projeto Minha Comunidade, Minha Memória e do valor da FUNJOPE e da ARCA para a tal comunidade. Todos foram convidamos a participar do projeto. Eles os moradores, num total de onze pessoas entre senhoras e senhores, gentilmente entenderam da importância do projeto para os jovens e adultos daquela comunidade, e do Bairro da Ilha do Bispo como um todo. A conversa se estendeu durante a chegada na comunidade, até a saída.

A paisagem é um elemento principal e simbólico, por que ela se relaciona com os aspectos da memória cultura da Ilha do Bispo.

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O arte-educador e o artista plástico Jose Pagano discorre in loco, sobre os aspectos da cor, da forma, da luz e do ritmo da paisagem, relacionando-as aos aspectos ambientais. Pois, a miséria social do local trouxe consigo a poluição do Ecossistema Manguezal que é característico da região da Ilha do Bispo. A importância do Ecossistema Manguezal, com a sua complexidade, sua produtividade de vida, e a sua riqueza biológica fazem desse ecossistema um “berçário natural” de grande relevância para vida marinha como também para terrestre. Logo, foi ressaltado também o valor que o manguezal tem para a comunidade do Aratú e do bairro da Ilha do Bispo.

Elementos formais que comporão a pintura e os desenhos.

A Ilha do Bispo possui formosas paisagens, pintá-las é um desafio. Portanto, significa uma descoberta de valor afetivo, uma memória cultural entre inúmeras incalculáveis da comunidade. O educando é o sujeito, que nela habita, portanto cúmplice do seu cotidiano vivenciado. (JOSE PAGANO).


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De volta do Aratú. Vemos uma paisagem um tanto surrealista. Vê-se ao fundo a igreja Catedral Basílica da cidade de João Pessoa.

2.DIA: 13 de Julho/2011- Turno: tarde--Horário: 13h30min às 17h
Os processos de desenvolvimento dos conteúdos seguiram:
Primeira parte: aula prática. Os aspectos práticos do desenho e da pintura. Tonalidade; Ritmo, linha; Composição; planos. O lápis grafite. Lápis cera.

No primeiro contato com o desenho. O professor Jose Pagano desenha para os alunos como uma forma de instruir a simplicidade nos traços, a concentração e a disciplina. Todas estas são necessárias para um bom desenvolvimento do desenho.

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Todos olham com atenção o ato de desenhar. O artista Jose Pagano desenha e explica os aspectos básicos do desenho.

Os planos da perspectiva são importantes na paisagem. Toma-se como exemplo, a paisagem da Ponta do seixas.

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Um barco

Processos construtivos do desenho.
Desenhar em variadas posições contribui significativamente na criação do desenho e no seu ritmo. Deitado, sentado, de pé, de joelho ou com o papel na vertical e horizontal, sobre a mesa ou na parede. São maneiras que o artista elabora para adquirir uma característica peculiar no seu desenho.

O desenho exige emoção, liberdade, ordem e clareza do que se está desenhando. Para isso é preciso que o artista aprecie criticamente o seu desenho.

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A aluna procura um significado do seu desenho.
A observação de uma garatuja pode revelar uma ideia para um desenho mais elaborado. Isto é, a partir de uma garatuja criam-se outros desenhos mais organizados.

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Anaclécia. Grafite sobre papel.
Os simples rabiscos podem sugerir formas e ideias, a partir da observação do artista.
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Lú. Grafite sobre papel

O desenho figurativo é uma expressão inerente à condição perceptiva do cérebro do homem.


3.DIA: 19 de Julho/2011- Turno: tarde--Horário: 13h30min às 17h
Os processos de desenvolvimento dos conteúdos seguiram:
Primeira parte: Aspectos técnicos de preparação da tinta.

Os primeiros contatos com a tinta e os primeiros passos com o pincel.


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Lú. Desenho. Lápis cera sobre papel.
Lú. Paisagem da Ilha do Bispo. Acrílico sobre papel.

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Lú. Apresentando o seu trabalho. A expressão do seu rosto revela uma satisfação, depois de muita ansiedade e trabalho no processo criativo.

"Um sorriso após o ato da pintura. Pode demonstrar uma satisfação do artista ou uma auto-avaliação diante da observação da sua obra concluída." (JOSE PAGANO).


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Lucas Henrique. Desenho. Acrílico sobre papel.

O grafismo de Lucas Henrique revela sua própria liberdade de se expressar, através das suas cores, ritmos e formas. A sua idade e a sua constituição perceptiva fazem parte significativa da expressão do seu desenho.


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Lucas Henrique desenha com vontade, alegria e muita concentração.

4.DIA: 26 de Julho/2011- Turno: tarde--Horário: 13h30min às 17h
Os processos de desenvolvimento dos conteúdos seguiram:
Primeira parte: Aspectos práticos da pintura; Processo criativo.

A constituição da criatividade é complexa e Leva muito tempo. Temos pouco tempo para exercitá-la. É mais um desafio chegar à conclusão do projeto apresentando um trabalho que seja gratificante. Pois, sabemos que nossos educandos têm força de vontade, e nenhuma experiência anteriormente com a pintura e o desenho.


A minha preocupação é estimular a criatividade sem destruir a criatividade. Não posso interferir na criação e na peculiaridade de cada um dos educandos. Mas, sei que eles necessitam da minha mediação. É um jogo de cumplicidades, habilidades psicológicas e técnicas. Pois, tenho que interferir sem ferir o processo criativo. É muito tênue esse relacionamento.


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Dona Ivanilda. A almofada. “Nunca pensei em desenhar na minha vida”.

A troca de ideias durante o processo criativo estimula o aluno a vê o outro, e a si mesmo. A correspondência de informação vivenciada pode ser através da apresentação do trabalho ao colega. Esta questão pode ser entendida, como uma forma de sociabilidade por parte do aluno. Quando ele compartilha sua obra com o outro, se estabelecem as críticas e as autocríticas, relevantes no processo criativo.

Expor o trabalho auxilia o aluno a encarar a sociedade, através da sua obra de arte, contribuindo desta forma na construção do sujeito cidadão.

Em todas as atividades devolvidas procuro despertar a opinião do aluno, a sua fala sobre o seu trabalho produzido. A conversa se estabelece diante de outro colega. (JOSE PAGANO).
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O desenho , bem como o sonho, pode participar de dois níveis de leitura. Podemos detectar o “conteúdo manifesto” do desenho, que seriam as imagens ali presentes no papel e o “conteúdo latente”, que trata das mensagens subliminares, escondidinhas também ali no papel. (FLORENCE DE MÈREDIEU).
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Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. (PAULO FREIRE).

5.Observações das ocorrências do mês de julho
A falta de água nos bairros da cidade João Pessoa durante oito (8) dias causou ausência de alguns alunos no dia de aula. Especialmente na aula do dia 19 de agosto de 2011.

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Flagrantes de moradores da Ilha do Bispo em busca de água. Oito bairros da cidade entraram em calamidade pública devido à falta de água.

Click:
Arte-educador e artista plástico:
JOSE PAGANO
http://www.artesjosepaganao.blogspot.com
Pagarty03@yahoo.com.br

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