segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

CABRA MARCADO PARA MORRER. Documentário de Eduardo Coutinho. Ano (1984) [Restaurado, Completo]

Ironia da história. O cineasta Eduardo Coutinho é assassinado pelo filho. Como um se fosse "Cabra Marcado Para morrer."

Aos 80 anos, o documentarista Eduardo Coutinho, considerado o mais importante do País, foi assassinado neste domingo, em seu apartamento, na Lagoa, zona sul do Rio. O suspeito é o filho dele, Daniel, que teria problemas mentais.
A mulher de Coutinho também foi ferida e está internada no Hospital Miguel Couto. O caso está na Delegacia de Homicídios.
Coutinho filma desde 1966 e é conhecido por filmes como Cabra Marcado para Morrer, considerado sua obra-prima, Edifício Master e Jogo de Cena.

Este blog: http://www.artesjosepagano.blogspot.com. Faz Homenagem ao cineasta Eduardo Coutinho. com o seu documentário: Cabra Marcado Pra Morrer.

 O que é o documentário: Cabra Marcado Para Morrer.

Em 1962, o líder da liga Camponesa de Sapé (PB), João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem de latifundiários. Um filme sobre sua vida começa a ser rodado em 1964, com a reconstituição ficcional da ação política que levou ao assassinato, e com a produção do CPC da UNE e do Movimento de Cultura Popular de Pernambuco, e direção de Eduardo Coutinho. As filmagens com a participação de camponeses do Engenho Galiléia (PE) e da viúva de João Pedro, Elizabeth Teixeira, são interrompidas pelo Golpe Militar em 1964. Dezessete anos depois, em 1981, Eduardo Coutinho retoma o projeto e procura Elizabeth Teixeira e outros participantes do filme interrompido, como o camponês João Virgílio, também atuante em ligas. O tema central passa a ser a história de cada um deles que, estimulados pela filmagem e revendo as imagens do passado, elaboram para a câmera os sentidos de suas experiências. João Virgílio conta a tortura e a prisão que sofreu neste período. Enquanto Elizabeth, que havia mudado de nome e vivia refugiada numa pequena cidade da Bahia com apenas um de seus dez filhos, emerge da clandestinidade e reassume sua identidade. Ela também fala de sua prisão e do rencontro com os filhos, antes dispersos por várias cidades do Brasil, e da tentativa de reconstituir suas vidas.

Ano de Lançamento: 1984
País de Origem: Brasil
Idioma do Áudio: Português
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0134402/

Premiações:

Prêmio Gaivota de Ouro no Festival Internacional de Cinema, 1, 1984, RJ..
Prêmio Tucano de Ouro no Festival Internacional de Filme e Vídeo, 1, 1984, RJ..
Melhor Documentário no Festival de Havana, 4, 1984, Havana - CU..
Grande Prêmio no Festival de Tróia, 1985 - PT..
Prêmio Especial do Júri no Festival de Salsa - IT..
Grande Prêmio no Festival de Cine Realidade, 1985, Paris - FR..
Prêmio no Festival Georges Pompidou, 1985 - FR..
Prêmio do Júri Evangélico, Crítica Internacional, Associação Internacional dos Cinemas de Arte e Fórum de Cinema Jovem no Festival de Berlim, 35, 1985, Berlim - DE..
Prêmio Air France, 1985..
Golfinho de Ouro do Cinema do Governo do Estado do Rio de Janeiro

3 comentários:

  1. Documentário importantíssimo para entendermos um pouco da historia da luta por uma divisão mais equitativa das terras no Brasil. Vários aspectos da questão agrária no Brasil podem ser discutidos a partir deste documentário, a exemplo da própria origem das Ligas camponesas no Engenho Galiléia. Infelizmente Muitos desconhecem essa face negra da história do Brasil, pois vivem em seus castelos sitiados nas grandes metrópoles, esquecendo que boa parte das mazelas sociais poderia ter sido solucionada no campo, com a tão sonhada Reforma Agrária.

    ResponderExcluir
  2. Fiquei chocada! Não sabia q suspeitavam do filho. O cineasta Eduardo era uma pessoa simples e espantosamente talentoso! Seus filmes documentários captavam expressões espontâneas de pessoas com uma naturalidade extraordinária. Deixou um legado e muitas saudades! Grande homem!

    ResponderExcluir
  3. Portinari afirmou certa vez que o maior elogio que recebeu, foi quando um jovem ao contemplar uma de suas obras, falou, " só tenho pena porque um dia o senhor vai morrer". Assim como Portinari, Eduardo Coutinho se foi. De forma trágica, é verdade, mas deixou um legado que passará por gerações. É triste, pois quando um desses grandes personagens deixa esse cenário terreno para a outra vida, de certa forma, nos sentimos um pouco órfãos.

    ResponderExcluir